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7 dicas de como tornar o estudo on-line mais eficiente

A pandemia de Coronavírus gerou diversas transformações em todas as esferas da sociedade, e não seria diferente no âmbito educacional.

Com o fechamento temporário das escolas, em atendimento à recomendação de isolamento social, as classes passaram a ser as próprias casas dos alunos e professores. A lousa, agora, é a tela do computador. Os colegas continuam presentes nas aulas, mas digitalmente. Pela internet, o processo de ensino-aprendizagem em si também sofreu transformações. Os professores precisaram encontrar novas formas de ensinar, a fim de estabelecer o engajamento dos estudantes e assegurar um aprendizado efetivo a eles.

No Portal Objetivo, a adaptação com o novo formato e as ferramentas de ensino on-line foi positiva. Graças a iniciativas anteriores à pandemia nesse sentido e a um bom planejamento, rapidamente, alunos e professores se adequaram às novidades, destaca Carlos José Miranda de Souza Camargo, coordenador pedagógico do Fundamental II na unidade Portal. Porém, logo no início, os educadores perceberam a necessidade de ir além da simples transmissão das aulas pela internet. Foi preciso criatividade e inovação, para prender o interesse dos estudantes no ensino à distância. Isso porque a fiel reprodução on-line das aulas no modelo presencial não é viável, uma vez que, no ambiente digital, é imprescindível que sejam exploradas novas possibilidades e formatos. Além disso, o ensino à distância exige ainda mais foco e dedicação por parte dos estudantes, principalmente pela falta do auxílio presencial do educador.

Hoje, cada vez mais, o processo de ensino-aprendizagem é pautado pela troca de informações e experiências entre professor e aluno, pontua Carlos. Isto é, aulas engessadas, nas quais somente o professor expõe o conteúdo e os alunos permanecem como receptores, já não eram eficientes presencialmente e, muito menos, agora, de forma remota. Quando esse processo é feito em conjunto, no modelo horizontal, a compreensão das informações é maior em qualquer ambiente. A construção do conhecimento torna-se duradoura e ganha ainda mais relevância. Dessa forma, o estudante apreende com eficácia os conceitos e carrega os ensinamentos por todas as fases da vida. Assim, torna-se protagonista da sua própria aprendizagem. “O aluno protagonista, ativo na sua aprendizagem, está, a todo momento, colaborando para que ele mesmo entenda o funcionamento da sua aprendizagem”, detalha o coordenador.

Nesse método, o estudante participa ativa e diretamente da sua própria formação. O saber se estabelece por meio da prática de ensinar os colegas e até o próprio professor e, também, de aprender com eles. Essa metodologia torna o aluno, inclusive, mais preparado para enfrentar desafios futuros. “Com isso, ele vai desenvolvendo a sua autonomia e, também, o seu protagonismo, características que, no futuro, são diferenciais para o mercado”, frisa Carlos.

A professora de Ciências do Ensino Fundamental II do Portal Objetivo, Renata Cristina Shiozaki, seguiu essas orientações e colocou elementos das metodologias ativas em prática. Durante as atividades do componente curricular, para ensinar ondulatória, um tema complexo da Física, ela adotou uma dinâmica diferente. A educadora dividiu os alunos em grupos de três a quatro integrantes. Na sequência, um estudante se voluntariou ou foi escolhido por ela para ser o tutor de cada equipe. Posteriormente, o líder organizou reuniões com os colegas. Nos encontros, um por vez, os estudantes redigiram um texto explicativo sobre o conteúdo aprendido, detalhando as características e classificações das ondas. O descritivo deveria ser autoral e conter exemplos próprios. Por fim, cada membro apresentou um vídeo com as suas considerações. Tudo isso feito pela internet. “Dessa forma, puderam organizar o seu aprendizado de uma maneira mais autoral do que uma simples cópia”, comenta Renata. A avaliação das exposições foi feita pelos tutores, por meio do método de rubrica (atribuição de pontuações a cada critério de avaliação pré-estabelecido) e os resultados foram enviados à professora. Porém, não houve divulgação das notas atribuídas pelos tutores aos colegas, uma vez que a atividade tinha como finalidade fomentar a aprendizagem do conteúdo trabalhado. Ademais, o sigilo das pontuações conferiu aos alunos maior tranquilidade para analisar os amigos.

Educadores apostam no uso de diferentes plataformas digitais e projetos interativos. Na foto a professora Fabiane Nishimuta

De acordo com a educadora, a ideia rendeu excelentes trabalhos. Os estudantes mostraram realmente ter absorvido os conceitos e, assim, a compreensão foi efetiva. A interação entre eles foi o fator determinante para o sucesso, acredita Renata. Os alunos tutores puderam ouvir os colegas, corrigir erros e avaliá-los, ajudando-os no processo de aprendizado. Quem escreveu os resumos e os apresentou, por sua vez, teve a oportunidade de ensinar. Dessa forma, todos atuaram como mestres e aprendizes. “Ensinar é uma forma de aprender. O aprendizado se dá em maior proporção e profundidade quando é colaborativo. Por esse motivo, os alunos puderam aprender mais”, conta.

Em outra atividade, eles produziram um anúncio publicitário sobre um equipamento com funcionamento à base de ondas eletromagnéticas. Todos apresentaram o produto e explicaram as questões técnicas sobre o mecanismo. A repercussão superou as expectativas e surgiram, inclusive, ideias de itens possivelmente comercializáveis, conta a professora Renata. As propostas fazem parte do modelo chamado “ensino híbrido”. Neste método, há a integração entre os ensinos presencial e on-line, estabelecendo-se a aproximação entre a Educação e a tecnologia.

Ademais, os alunos tiveram diversos outros ganhos, além dos técnicos e teóricos. “Eles também desenvolveram habilidades socioemocionais, de trabalho em equipe, socialização, empatia, resolução de conflitos e, ainda, diferentes técnicas de apresentações”, elenca a professora.

Já, a professora de Português do Ensino Fundamental II do Portal Objetivo, Fabiane Caroline Dias de Almeida Nishimuta, apostou nas multiplataformas. Dentre os aplicativos oferecidos pelo Google, ela escolheu o Word Online e o Google Forms para as produções textuais. Utilizou, também, a CBCon, plataforma disponibilizada pela escola para acesso a todos os materiais. O Loom, o YouTube e o Flipgrid foram empregados para o compartilhamento de vídeos. Ainda, para os trabalhos em grupo, usou o Microsoft Teams. Antes de produzir qualquer proposta diferenciada, Fabiane se colocava no lugar dos alunos e avaliava se as atividades despertariam o seu próprio interesse. Com essa análise, conseguiu definir as melhores formas de trabalhar cada temática, bem como os aplicativos mais plausíveis para cada finalidade.

Professores elaboram aulas criativas e instigantes para engajar os alunos no ensino on line 2

Um dos projetos de destaque foi o “Trilha de Leituras”. Nesse exercício, os alunos deveriam escolher um dos livros opcionais do bimestre. Em seguida, foram orientados a publicar um vídeo no Flipgrid, comentando as suas impressões e expectativas sobre a primeira parte da obra. Na fase seguinte, deverão fazer uma resenha completa da história. Com a tarefa, a professora de português está conseguindo avaliar se eles, de fato, estão aprendendo. “Escolhi fazer dessa maneira para que eu possa acompanhar a leitura deles e perceber se estão compreendendo a real proposta da obra”, explica Fabiane. Estimulou, também, o protagonismo dos estudantes. Ao produzir os vídeos, todos deram suas opiniões sobre as obras, fizeram considerações sobre os trabalhos dos amigos e ouviram as ideais e posições dos demais. Assim, conheceram diferentes perspectivas sobre a obra lida e se sentiram motivados a ler outras, a partir dos comentários dos colegas. Ou seja, houve intensa troca de experiências e aprendizados. “Eles não leram um livro apenas para fazer uma prova, e, sim, para explorar, significativamente, uma obra literária. Usando o Flipgrid, foi possível perceber o envolvimento deles”, completa.

Diante de assunto mais complexos e de difícil entendimento, a educadora também gravou vídeos no YouTube e tutorais no Loom, para elucidá-los. Em um dos materiais, por exemplo, ela detalha o gênero narrativo crônica, destacando, em tópicos textuais, os pontos mais importantes. Utiliza exemplos e imagens, visando facilitar a compreensão. Outra iniciativa foi estimular os próprios alunos a produzirem vídeos de correções de exercícios e, assim, ensinar a si mesmos e aos amigos. Os formatos agradaram os estudantes, afirma Fabiane. Conforme relata, todos têm participado ativamente das aulas e, inclusive, passaram a sugerir novos tipos de atividades.

As diferentes ferramentas, além de deixarem as aulas mais interativas e instigantes, também familiarizam os estudantes com as tecnologias de aprendizagem, uma exigência do Ministério da Educação (MEC) quanto à inserção de sistemas digitais e de comunicação no contexto escolar, pontua a educadora. “É, também, uma oportunidade de instaurar o letramento digital, uma das competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ”, acrescenta.

A educação digital não deve permanecer apenas durante a pandemia. Muito pelo contrário, ela será definitiva e deverá ser aplicada, até mesmo, no ensino presencial, prevê o coordenador Carlos. As configurações tecnológicas adotadas na educação beneficiaram tanto professores, quanto alunos, considera ele. “Não só o professor entende que mudou muito a nossa forma de ensinar e aprender. O aluno também tem essa percepção. Ele sabe a quantidade de benefícios que pode ter ao explorar essas novas ferramentas”, enfatiza.

Pensando nessa nova realidade, os educadores do Portal Objetivo elencaram dicas de como tornar o estudo on-line mais eficiente. Acompanhe:

1 – Organização

Fabiane aconselha a utilização de uma agenda, para a anotação das datas de entrega de todos os trabalhos e provas. Também é importante elencar as leituras bimestrais das aulas de Português e planejar os dias em que cada livro será lido. Dessa forma, o estudante se organiza, consegue fazer todas as tarefas com tranquilidade e em tempo hábil. Também honra com todos os compromissos e não perde prazos, deixa de entregar alguma atividade ou de estudar para os testes.

2 – Rotina

É igualmente importante manter uma rotina. O aluno deve acordar sempre no mesmo horário, recomendam Carlos e Renata. Levantar em horários muitos diferentes pode prejudicar o acompanhamento das aulas e o andamento dos estudos, já que o estudante estará desregulando os seus hábitos.

Além disso, não se deve ficar de pijama durante o dia todo, pois isto atrapalha a produtividade. Os educadores aconselham a escolher roupas confortáveis, mas apresentáveis.

As refeições também devem ser feitas nos horários regulares, com o consumo de pratos saudáveis e nutritivos.

3 – Anotações

Renata destaca a importância de se anotar no caderno todos os principais tópicos dos temas ensinados pelos professores. O hábito de escrever facilita o processo de ensino-aprendizagem e garante a compreensão eficaz dos assuntos. A professora indica a marcação de cada conceito com canetas de diferentes cores, para destacar os mais importantes e auxiliar no entendimento.

4 – Revisão e pesquisas

Após a aula, o aluno deve descansar um pouco. Mas, logo em seguida, Renata orienta a revisar as matérias aprendidas na aula anterior. Isso porque os temas ainda estarão frescos na memória e, ao reler tudo, o aluno fixará as informações. Também deve pesquisar sobre as temáticas na internet, para ampliar o seu repertório e conhecimento.

5 – Sanar dúvidas

Caso tenha alguma dúvida, o estudante deve procurar saná-la. Se for durante o período de estudos sozinho, pode pesquisar sobre o assunto na internet e tentar entendê-lo, aconselham os educadores. Caso ainda não consiga compreendê-lo, deve anotar a pergunta e fazê-la ao professor na próxima aula. Durante as aulas, a dica é prontamente esclarecer qualquer questionamento com o professor.

Nesse sentido, o aluno também deve manter contato com os pais e os colegas de classes, e não se isolar. O compartilhamento de informações entre as pessoas ajuda a driblar possíveis dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.

6 – Local de estudos

O local escolhido para os estudos deve ser bastante tranquilo. A mesa e a cadeira têm de ser confortáveis e o computador deve estar alinhado à altura dos olhos. Deve-se manter a postura adequada, para evitar possíveis lesões e dores. É imprescindível estar em um ambiente silencioso e sem distrações, a fim de prezar pelo foco e manter próximos todos os materiais necessários.

7 – Descanso

Empenhar-se é muito importante, mas descansar e relaxar também. O excesso de estudos, ao invés de ajudar, pode prejudicar o aprendizado. Quando o cérebro está sobrecarregado, não funciona corretamente, afetando a memorização e a compreensão. Por isso, são indicadas pausas para outras atividades, como assistir a filmes, séries, exercícios físicos e alongamentos ao ar livre, se possível e permitido, diferentes leituras, programas em família, trabalhos artísticos, dentre outros. Carlos reforça, ainda, a importância de tomar sol, para repor a vitamina D e se tranquilizar.

Mais informações podem ser obtidas pelo site: blog.escolaportalsorocaba.com.br ou pelo telefone: (15) 3231-7200.