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Foto: Divulgação | Adriano Sobral
Cultura
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Sesc São Paulo anuncia lista de artistas da 3ª edição de Frestas – Trienal de Arte

Trazer para a prática o debate sobre economias de acesso, refletir sobre as políticas e poéticas de exibição, investigar quais estratégias de solidariedade são possíveis, bem como aquilo que dizem os corpos que, habitando estruturas de poder assimétricas, estão a criar um vasto mundo fora do mundo.

Essa é a proposta da 3ª edição de Frestas – Trienal de Artes, cuja exposição, com curadoria do trio Beatriz Lemos, Diane Lima Thiago de Paula Souza, acontece de 21 de agosto de 2021 a 30 de janeiro de 2022 no Sesc Sorocaba.



Essa edição de Frestas leva o título O rio é uma serpente e conta com assistência de curadoria de Camila Fontenele e coordenação educativa de Renata Sampaio.

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Curadores | Indiara Duarte

A curadoria selecionou 54 artistas e coletivos de diferentes nacionalidades para integrar a mostra.

São nomes do Brasil, da África do Sul, Bolívia, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Holanda, México, Peru, República Dominicana e Suíça, que residem em diferentes países e exibem obras nos mais diversos suportes, desde pinturas até instalações e performances.

Destes, 33 foram selecionados para criar obras comissionadas e inéditas para o projeto, são nomes como Castiel Vitorino Brasileiro, Dalton Paula, Denilson Baniwa, Diego Araúja, Gê Viana, Lia García (La Novia Sirena), Renata Lucas, Sallisa Rosa e Sucata Quântica, Ventura Profana e Vijai Patchineelam e mais.

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El Pensar de Nuestras Filosofias | Elvira Espejo Ayca

Originalmente prevista para ter sua mostra aberta ao público em agosto de 2020, a Trienal acabou se iniciando, naquele momento, com uma série de ações formativas e agora a instituição se prepara para a montagem da exposição que ocupará a unidade do Sesc e espaços públicos da cidade de Sorocaba.

O rio é uma serpente

Ao questionar os limites entre  o negociável e o inegociável na realização de uma exposição de arte contemporânea nos tempos atuais, o trio de curadoria convidado pelo Sesc investiga, na Trienal, as possibilidades, as potências  e os desafios que transitam por múltiplos ecossistemas naturais, espirituais e  subjetivos, reunindo um conjunto de tecnologias forjadas por outros corpos que, em  tempos e espaços históricos distintos, foram condicionados a agenciar permanências  e acessos como único modo de garantir a manutenção de suas existências.

A serpente como metáfora expandida por sua ampla cosmologia nas mais diferentes narrativas míticas e culturais atua como mirada para discutir o tempo não linear e os efeitos das inúmeras contradições destravadas pelo avanço do capital neoliberal e pelos processos sistêmicos de captura de subjetividades como geração de valor e reencenação de uma ética colonial.

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Divulgação | Adriano Sobral

Das curvas dos rios navegados durante a viagem de pesquisa dos curadores em outubro de 2019, surgiram as palavras cheias de imagem que deram nome ao título-estopim da 3ª edição de Frestas.

A pesquisa para esta 3ª edição se iniciou com processos de escuta e trocas com diferentes agentes culturais de Sorocaba e região, expandindo-se para Boa Vista e para a terra indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima; Manaus e arredores do rio Tupana, no Amazonas; Belém, no Pará; Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí; Alcântara e São Luís, no Maranhão.

Ao desaguar em Sorocaba, O rio é uma serpente retoma o diálogo com a cidade articulando olhares para suas geografias e possibilidades de afetação, encontro e memória com agentes, coletivos, grupos, artistas, centros de cultura independente, rádios e bibliotecas comunitárias.

Desse modo, cria novas paisagens questionando de que forma códigos e linguagens são criados e quais mecanismos compactuam com a manutenção de infraestruturas que regulam dinâmicas de poder, legitimam discursos, condicionam acessos, travam a crítica e forjam uma ideia de pacificação e consenso.