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Jovem que ficou tetraplégico desenvolve técnica de pintura com a boca

No Brasil, 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número corresponde a aproximadamente um quarto da população. É tanta gente que falar de inclusão parece até redundante, mas a realidade é que apesar de muitas ações, públicas e privadas, promoverem atendimento, apoio e suporte a essas pessoas, ainda há muito para avançar. A luta que esse grupo trava há décadas ganha mais espaço a cada dia, apoiada no mundo conectado e repleto de informações.

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Médico Celso Cruz / foto: divulgação

Na grande maioria das cidades podemos encontrar instituições que cuidam e acompanham os deficientes na luta por seus direitos. A internet e as mídias sociais facilitam o acesso e a troca de informações na busca por profissionais especializados no atendimento destas pessoas. Os obstáculos estão aí para serem derrubados e a invisibilidade que atinge os deficientes está com os seus dias contados”, comenta o médico Celso Cruz, ortopedista na AACD, em São Paulo, e no Núcleo de Ortopedia e Traumatologia Esportiva (NOTE), em Sorocaba.

Mas o que é ter deficiência? Segundo a convenção internacional, são aquelas pessoas que têm algum tipo de impedimento de longo prazo. As deficiências mental, física, visual, auditiva, entre outras, são as que mais chamam a atenção, pois a diferença é percebida de forma direta. “Porém, existem outras formas que atingem grande parte da população e que não são notadas; logo, grande parte das pessoas possui algum tipo de deficiência. Alguém, por exemplo, que sofreu uma grave fratura e que comprometeu a sua mobilidade passa a se tornar um deficiente”, explica Cruz.

Inclusão

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Leandro Portella encontrou novos caminhos cheios de possibilidades / foto: divulgação

Independente das limitações, buscar hobbies e conseguir uma inserção no mercado de trabalho faz a diferença no dia a dia dos portadores de necessidades especiais (PNEs). Em Araçoiaba da Serra, o Leandro Portella vem buscando seu espaço. Ele sofreu um acidente aos 17 anos e ficou tetraplégico, mas não desistiu e encontrou novos caminhos cheios de possibilidade.

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Uma das obras de Leandro Portella / foto: divulgação

Logo após o acidente, eu tinha muito tempo ocioso e eu precisava me sentir útil, foi quando descobri que poderia pintar com a boca. A pintura começou como uma forma de terapia, mas logo peguei gosto e comecei a fazer aula”, conta o artista. Ele também transforma a arte em cartões de Natal, ação que começou no ano passado e ampliou em 2017.

Leandro também foi vereador e hoje atua no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em prol de outras pessoas com necessidades como as dele. “Acredito que o ser humano tem uma capacidade incrível de se adaptar e foi o que fiz. Encontrei na arte uma forma real de expressar o que sinto”, completa.

Para Portella, a luta pela inclusão deve ser diária. “A Lei Brasileira de Inclusão de 2015 foi um avanço significativo para as pessoas com deficiência, porém alguns pontos ainda não saíram do papel. A acessibilidade, por exemplo, ainda não é comum na maioria das cidades”.

>> Conheça mais trabalhos de Leandro Portella acessando o site: http://leandroportella.com.br/