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Review: “Capitão América: Guerra Civil” chega para revitalizar o gênero

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Capitão América: Guerra Civil chega aos cinemas para quebrar paradigmas e revitalizar o gênero. Após o trabalho dos diretores Anthony e Joe Russo, o universo cinematográfico da Marvel jamais será o mesmo.

Adaptar uma história do porte de Guerra Civil não é tarefa fácil. A minissérie lançada em 2006, abalou o universo dos quadrinhos quando colocou heróis em confronto e debateu questões como segurança, justiça e liberdade. De maneira brilhante, tal motivação é utilizada pelos roteiristas de Capitão América para transportar a essência da narrativa gráfica em um plot que unifica os acontecimentos dos filmes anteriores.

HQ Guerra Civil (2006) / Foto: Reprodução

HQ Guerra Civil (2006)

O terceiro filme do herói apresenta Steve Rogers (Chris Evans) liderando uma nova equipe de Vingadores na busca por membros remanescentes da Hydra. As pistas levam os heróis até a Nigéria, onde um terrível incidente com o vilão Ossos Cruzados resulta em consequências catastróficas para população. Preocupados com as atitudes dos heróis, políticos do mundo inteiro questionam a existência da equipe e impõem um ato de registro que transforma super-humanos em agentes especiais, submetidos a regras e represálias por seus atos. Imediatamente a imposição gera discórdia entre os heróis, que se dividem entre a linha de pensamento do Capitão – que enxerga o ato como uma tentativa de controle – e o apoio do Homem de Ferro (Robert Downey Jr) – que busca a redenção de suas falhas.

Ao contrário do que foi visto em Vingadores: A Era de Ultron, que apresentou um gigantesco universo em expansão, Guerra Civil acerta ao apostar no contrário, a simplicidade. Os diretores foram felizes ao manter o tom de Soldado Invernal, com sequências de ação que dispensam o excesso da computação para dar lugar a intensidade. Tudo está mais palpável, mais realista, inclusive a personalidade dos heróis – que apesar da familiaridade com o papel, demonstram uma visão mais humana e dramática de suas histórias.

Tony Stark já não é o gênio, playboy e filantropo que conhecemos, mas alguém amargurado e descontente com os rumos que sua vida tomou. Algo muito mais próximo da essência do personagem nos quadrinhos, que busca na armadura a redenção por um passado bélico e inconsequente. Sem dúvidas é o melhor registro de Downey Jr no papel, um talento incontestável. O mesmo pode ser dito do desenvolvimento do Capitão, que mesmo protagonizando outros cinco filmes, convence só agora seu arco dramático. Expressado através do empenho do herói em resgatar Bucky (Sebastian Stan), sua última ligação com o passado.

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“Capitão América: Guerra Civil” / Foto: Reprodução

Ambos atores já afirmaram algumas vezes sobre estarem cansados com o ritmo que os papéis exigem. Talvez essas sejam as motivações para a transição dos personagens na função de herói para mentor. Em Guerra Civil, cada herói tem seu momento e desenvolve uma trama paralela a principal. Por menor que seja, nenhum deles sai ileso das consequências do combate, elemento que gera infinitas oportunidades de continuação.

É nítida a intenção dos estúdios em desenvolver novos personagens, como a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) que continua tentando se enquadrar como heroína e desempenha papel fundamental para o andamento da história. Ou Pantera Negra, imponente rei de Wakanda, que rouba a cena ao destoar dos personagens como o típico guerreiro clássico, as poucas cenas ambientadas em sua terra natal, já dão indícios de que grandes aventuras estão guardadas para o personagem.

O mesmo ocorre com o Homem-Aranha (Tom Holland) – a mais grata surpresa do filme. Reintroduzindo o herói de maneira magistral, a participação de Peter Parker já pode ser considerada como a melhor interpretação do personagem nos cinemas. Suas sequências são um verdadeiro presente para os fãs, que há anos esperavam por esse encontro. Elas apresentam no tom certo a mistura de comédia com cenas de ação de tirar o fôlego.

Enquanto nos quadrinhos, Peter Parker tem papel fundamental no confronto, fazendo muitas vezes o lado do leitor na história. Em Guerra Civil, seu desenvolvimento é um pouco mais modesto, mas já apresenta indícios que a ligação do herói com o Homem de Ferro se aprofundará em uma relação paternal.

Infelizmente, Guerra Civil também tem suas falhas. A Marvel repete, mais uma vez, o erro na escolha do vilão. Com exceção de Loki (Vingadores) e Soldado Invernal, os antagonistas do estúdio nunca estão à altura de seus heróis. O mesmo ocorre com Barão Zemo (Daniel Bruhl), que representa o elo mais fraco da montagem. De certa forma, sua aparição e motivação são totalmente dispensáveis e, além de não convencer, são irrelevantes para o roteiro, pois mesmo sem a sua participação, o confronto entre heróis aconteceria.

Outro que não justifica ao que veio é Martin Freeman, que tem seu potencial desperdiçado em uma ponta extremamente irrelevante. O talento do artista poderia muito bem ser explorado para outros personagens.
Ainda assim, o cuidado tomado pelos diretores, faz de Capitão América: Guerra Civil um dos melhores filmes de super-herói de todos os tempos. Dialogando com os problemas globais através de um roteiro bem escrito, doses de comédia pontuais e heróis sendo heróis, ele prova ser possível adaptar quadrinhos e contar novas histórias sem perder sua essência.

A partir de agora os fãs não aceitaram soluções fracas e explosões sem contexto. Ele eleva o gênero para outro nível. A peça fundamental para um quebra-cabeça gigantesco, chamado Marvel!

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Confira o trailer:

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