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“Linha Tênue” é finalista do Festival de Cinema Online

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Olá, Jovens!

Tem produção de cinema em Sorocaba sim! Tem produção semifinalista no 1º Festival de Cinema Online. “Linha Tênue”, curta de 11 minutos idealizado e produzido por Thiago Consiglio e Eliana Moeckel, está entre os 30 semifinalistas em 3 categorias: Melhor Filme pelo júri popular, Melhor Roteiro e Melhor Atriz. Eles toparam um bate-papo online sobre a produção do curta, pra galera conhecer mais a fundo o trabalho por trás das câmeras.

Blog Agenda: Thiago, fale mais sobre a expectativa em relação à essa votação, e o que ela representa na produção independente da cidade.

Thiago: Eu acredito que a votação de um júri popular tem como principal referencial o fator de competição da popularidade do que está sendo julgado. Desta forma, obras mais “transgressoras” ou mesmo tecnicamente impecáveis, acredito que possam não ter tanta vantagem, porque o critério é mais pela relação do público com a obra e principalmente com seus meios de divulgação.

Sendo assim, eu acho que o curta “Linha Tênue” tem (e não tem) chances de ganhar. Mas, na prática, a minha expectativa é outra… Acredito que a participação no Festival de Cinema Online, começa com um lugar de experiência, e ao mesmo tempo de reconhecimento porque chegamos à semifinal por exemplo. Assistir aos demais curtas-metragens da categoria me fez atentar a duas questões: a diversidade de conteúdo e de técnica (linguagem). A partir disso, respondo sobre o que representa para a produção independente da cidade.

Acredito que perceber essa pluralidade de produções ainda mais com a estrutura online e digital (que permite uma democratização para a distribuição/divulgação das obras), reforça que penso ser significativa a participação do curta no festival que recebeu obras de todo o Brasil (e até de fora). Isso significa que qualquer um pode participar “até mesmo um sorocabano”.

Ao mesmo tempo entendo que não é só a facilidade de acesso às formas de produção e distribuição que faz isso, mas facilita e dá chance para mais pessoas. Eu gostaria que indiretamente a participação do curta no festival servisse também, de inspiração para outras produções locais. Penso que o audiovisual em Sorocaba tem um baita potencial, mas como o próprio termo expressa, é potencial repleto de possibilidades concretas. Dado o contexto, resta darmos o passo além e transcender.

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BA: Quais foram as dificuldades técnicas pra elaborar o filme e como vocês resolveram alguns desses problemas?

Thiago: Acredito que essa pergunta entra num paradigma que já foi resolvido quando sentei com a Eliana Moeckel para pensarmos no projeto. A premissa do projeto era, entre outras coisas, abraçar as “limitações” técnicas como expressão natural e não “industrial”. Nisso não critico expressões com técnicas aprimoradas, mas também não procuramos fazer um produto independente com “cara de superprodução”, não bate com o próprio conteúdo que queríamos lançar.

Nesse sentido penso que o “Linha Tênue” apresenta uma técnica bem simples, mas com um conteúdo que procuramos fazer de forma sincera, embasadas em discussões contemporâneas, além de levarmos a proposta de uma obra ser realizada com o direito autoral de código aberto.

Indiretamente não só divulgamos nossos nomes, mas expandimos a reflexão em relação à própria arte e seus significados, como também as possibilidades das relações colaborativas que esse direito autoral permite.

Por exemplo, um “problema” seria a utilização de trilha sonora autoral para o curta. Mas com a possibilidade de realizar o vídeo em Creative Commons (código aberto), podemos utilizar outras trilhas com a mesma licença, como é o caso da trilha do Nine Inch Nails. Assim se dá a possibilidade colaborativa que começa na produção e espero que continue depois de finalizado a obra. Outras pessoas também podem reproduzir o vídeo sem pedir autorização, podem até reutilizá-lo citando os créditos, etc.

Por fim, penso que responder a pergunta das “dificuldades técnicas” dizendo que elas praticamente não existiram, é porque eu reforço o questionamento que apresentamos no vídeo. Quem é capaz de dizer se uma obra subjetiva, é boa ou não, ou falta técnica? Quem assiste né?

Com isso faço o convite para as pessoas assistirem o curta e opinarem sobre ele. A opinião pode até não chegar à mim ou à Eliana, mas o questionamento que surge daí julgo rico. Se o curta puder gerar essa autorreflexão, acredito que cumprimos um papel muito relevante já. Espero que pessoas o achem “bom” ou “ruim”, mas espero que elas também pensem o porquê, e com isso, avancemos em termos sociais.

BA: Eliana, como foi lidar com a complexidade de ser idealizadora e estar em frente às câmeras ao mesmo tempo?

Eliana: A ideia do curta surgiu de uma inquietação artística pessoal minha, a qual o Thiago desdobrou permitindo uma discussão mais ampla. Assim sendo, além de lidar com a complexidade de ser idealizadora e intérprete ao mesmo tempo, durante todo o processo convivi com o fato de expor e resolver muitas questões pessoais. Digo isso, pois percebi ao longo do trabalho que muitas das questões que a personagem propõe – tanto na fala quanto no corpo – traziam muitos dos meus questionamentos, e, através desse olhar distanciado pude resolvê-las internamente. Em resumo, acredito que exista uma linha muito tênue entre a intérprete, a pessoa e a idealizadora neste trabalho, o que me parece uma escolha extremamente pertinente e consciente.

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O curta é lindão, muito sensível e vale a pena demais ser conhecido e compartilhado. O apoio também vale! A votação é online: é só acessar a foto do curta na fanpage do Festival e deixar sua curtida lá. Valeu, Thiago e Eliana!

Até a próxima!

Para votar, acesse: http://on.fb.me/1CaawH9

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