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PoipoidromeFrestas - Trienal de Artes ∙ Sesc Sorocaba

Frestas – Trienal de Artes, no Sesc Sorocaba, a 90 km da capital paulista, literalmente derruba suas paredes para iniciar uma nova etapa no dia 4 de março. No lugar da exposição “O que seria do mundo sem as coisas que não existem?”, em cartaz por mais de três meses e que se encerrou no dia 8 de fevereiro, entra em cartaz a exposição Poipoidrome, referência à obra homônima do artista francês Robert Filliou com colaboração do arquiteto Joachim Pfeufer, que propunha, a partir de 1963, uma reflexão sobre o que é a arte e quem são os artistas.  A mostra segue até 3 de maio.

A exposição “Poipoidrome” propõe que a arte, antes de ser um estado abstrato, seja uma ação. Para contemplar a proposição, o projeto deve horizontalizar as paredes de Frestas – Trienal de Artes, transformando-as em tablados. Nessas plataformas, o objeto vira ação: falar, ouvir, argumentar, propor, problematizar, jogar, alimentar-se, correr risco e silenciar.

Antes de serem obras de arte, os trabalhos exibidos são enunciados ou práticas discursivas. Eles acenam para o fato de que a construção de novos significados é um papel tanto do autor quanto da audiência. Dessa forma, obras realizadas no Ateliê Aberto para a Invenção do Inexistente – cerne do projeto educativo da Trienal composto por Ana Teixeira, Jorge Menna Barreto, e Samantha Moreira – e no Ateliê de pesquisa em poéticas visuais  – encontros realizados mensalmente pelo Sesc Sorocaba entre artistas visuais de Sorocaba, Campinas, Piracicaba e Botucatu, além de outras cidades vizinhas, sob a coordenação do curador da Trienal, Josué Mattos – ,  estarão presentes nessa etapa da Trienal, em diálogo com os visitantes.

Tais trabalhos serão, ao mesmo tempo, confrontados com as questões levantadas por Filliou e Pfeufer e também com o postulado de Antonio Muntadas: “Atenção: percepção requer envolvimento”. Artistas cujas propostas contemplam reflexões que dialogam com esse centro estarão presentes, tais como Christiana Moraes, Bethan Huws (País de Gales) e os coletivos “Camel Collective” (México) e “Más Arte Más Acción” (Colômbia, Bolívia e outros países) e os brasileiros Vitor Cesar e Fabio Morais. São projetos que se estruturam com base na experiência da cidade, de seus fluxos e refluxos. Dentro dessa perspectiva, os artistas presentes insistem em redesenhar o cenário local e regional e dialogam ativamente com o mundo.


Poipoidrome

O nome deste segundo momento de Frestas alude à obra do artista Robert Filliou e do arquiteto Joachim Pfeufer. Juntos, eles propuseram, a partir de 1963, uma reflexão sobre o que é arte e quem são os artistas.

Poipoi é uma saudação dos Dogons, povoado da África Ocidental situado na República do Mali. Ela transmite contentamento sobre alguns aspectos do cotidiano e é também uma saudação que inicia uma prosa, simplesmente. Quem apresentou esse modo sintético de comunicação a Pfeufer e Filliou foi o etnólogo Hermann Haan.

A partir desse conceito, Pfeufer-Filiou desenvolveram uma instalação plural que compreendia um espaço aberto de criação artística no qual ação e reflexão, arte e cotidiano estavam integrados. Era inicialmente um espaço de 24 metros com quatro salas e inúmeros estímulos para integrar a arte à vida cotidiana.

Frestas resgata os ecos desse projeto ao realizar uma conversa, se atendo ao conceito de “Criação Permanente” e refletindo sobre a impossibilidade de ser artista, apenas a de estar artista enquanto durar o momento da criação.  Segundo a curadoria, “Poipoidrome, que realizamos na ocasião de Frestas, ao retomar o postulado da obra do binômio Pfeufer-Filliou tenta encontrar na história recente das exposições uma maneira de pensar sobre a figura do artista e sobre o lugar que ele, o público, a obra e a exposição de arte ocupam no mundo e de que modo há interesse por parte deles em inventar ou insistir no inexistente”.

Cruzando a proposta de Pfeufer-Filliou com o postulado do artista catalão Antoni Muntadas, “Atenção, percepção requer envolvimento”, a exposição se propõe a conhecer as diferentes articulações que asseguram a pluralidade da arte e do artista. “Ao carregar o espaço de diálogo e de proposições artísticas com ideias que mobilizaram artistas de diferentes gerações a pensar sobre o fato de que “tudo é arte”, inevitavelmente, a ideia segundo a qual “arte é o que fazem os artistas” levanta uma afirmação interrogativa, mantida no campo da arte desde a segunda metade do século XX. Pois, se tudo é arte, todos somos artistas? Nesse sentido, este projeto propõe investigar o lugar do artista no mundo pela via da insistência, da prática permanente e do envolvimento, todos vistos como mote para o convívio com o inexistente”, discorre o texto da curadoria.

 

starsDe terça a sexta, das 9h às 21h30; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30 | De 4 de março a 3 de maio de 2015event_busy04/03/15 - EVENTO ENCERRADO