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O Esporte de Sorocaba precisa de planejamento e continuidade

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Por Felipe Carvajal

Muitos clubes e atletas sorocabanos ocupam destaques tanto nacionalmente quanto mundialmente em seus esportes, como por exemplo: Átila Abreu (sempre na disputa pelo título da Stock Car), LSB (disputando pela 7ª vez o NBB), São Bento (recém promovido à 2ª divisão nacional de futebol), Sorocaba Vipers (na 2ª divisão nacional do futebol americano), Felipe Michelletti (atual detentor do cinturão do WGP), Paulo Soares (na melhor fase de sua carreira no boxe), Magnus (atual campeão mundial de futsal), Anna Julia (com vaga garantida para  disputar o Pan Americano de judô) e até a “própria cidade” (que é a atual campeã dos Jogos Regionais).

Mas, mesmo com todos esses bons resultados, além de muitos outros não citados, a preocupação que fica é com a continuação destes trabalhos à curto e médio prazo, pois Sorocaba vive uma instabilidade política nunca antes vista em sua história.

Em menos de 300 dias do atual governo, as mudanças de vereadores, secretários e até de prefeito foram intensas prejudicando a cidade em todos os aspectos, principalmente pela alternância de decisões, falta de continuidade e insegurança gerada.

Estes acontecimentos afetam todas as áreas de responsabilidade de uma Prefeitura, e não seria diferente com o esporte.

Lógico que o apoio de uma cidade não é o fator decisivo de sucesso para um clube ou um atleta, mas é inevitável que este apoio fortalece todos, caso contrário, a sorocabana Priscila Steveaux, pilota sorocabana do BMX que disputou a Olimpíadas de 2016 e uma das melhores atletas do mundo, não correria nos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior por São José dos Campos. Certo?

ACONTECIMENTOS RECENTES

José Caldini Crespo, quando foi eleito prefeito de Sorocaba, buscou rapidamente montar a sua equipe de secretários, e em dezembro de 2016, dentre outros, escolheu Ubirajara Capelari para ser o Secretário da Secretaria de Esportes e Lazer de Sorocaba (SEMES).

Mas, logo que escolhido, Ubirajara viu seu nome receber muitas críticas da comunidade esportiva de Sorocaba por conta de que ele não era do meio esportivo e muito menos atuante na cidade (ele foi vereador e vice-prefeito de Iperó).

Assim, o secretário pediu sua exoneração no dia 21/01 alegando motivos particulares.

Sem perder tempo, já no dia 23/01, Crespo anunciou Simei Lamarca como o novo secretário da SEMES, este, conhecido do esporte sorocabano, tal como ex-atleta da seleção brasileira de futsal.

Simei ficou 215 dias à frente do cargo e vinha desempenhando um ótimo papel como Secretário, até que no dia 24/08, o mandato do prefeito Crespo foi cassado, e sua vice-prefeita, Jaqueline Coutinho, assumiu a cidade.

Cerca de 6 dias depois, Jaqueline anunciou a troca de todo o secretariado. O escolhido para gerir a SEMES foi o Flavio Leandro Alves.

Flavio é servidor público de carreira e já tinha ocupado a vaga de Secretário de Esportes em 2016 por cerca de 9 meses, mas desta vez, ficou somente 37 dias à frente da SEMES, pois no 05 deste mês de outubro, a justiça suspendeu o decreto da Câmara e Crespo reassumiu a Prefeitura de Sorocaba.

Hoje, o atual Secretário da SEMES voltou a ser o Simei Lamarca, que reassumiu a secretaria no dia 10/10.

MOMENTO CRUCIAL

Se não bastasse toda a insegurança referente a política sorocabana, este novo desfecho acontece no pior momento do ano para as questões estratégicas e de planejamento.

Por se tratar de um ano pós-eleitoral, duas grandes e importantes discussões devem acontecer neste fim de ano, uma sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018, que é o momento que o governo define as prioridades e as metas que deverão ser atingidas, e a outra sobre o Plano Pluri-Anual (PPA) de 2018 à 2021, que são as políticas públicas do governo para um período de 4 anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas.

Resumindo, duas das principais discussões e diretrizes do governo para se administrar uma cidade estão colocados em segundo plano neste momento, e, se isso já não fosse ruim, essas discussões foram iniciadas e realizadas por pessoas que já não estão mais na administração de Sorocaba.

Focando no esporte sorocabano novamente, houve uma plenária no dia 29/07 sobre a LOA com participação do até então secretário Simei Lamarca. Porém, ao voltar a se discutir a LOA em 09/10 e ao iniciar a discussão da PPA em 13/09, quem esteve à frente da SEMES era o Flavio Leandro.

Agora, próximo do fim do ano e do aceite final para a LOA 2018 e PPA 2018-2021, quem está novamente à frente da SEMES é o Simei Lamarca.

E OS PRÓXIMOS ANOS?

Para os próximos 4 anos, a Secretaria de Esporte terá uma verba de cerca de R$ 48 milhões (um pouco mais R$ 12 milhões por ano) para garantir e concluir todas as atividades propostas.

Este valor se refere à 0,4% de todo orçamento da cidade de Sorocaba.

Independente do mísero valor, o que o esporte sorocabano mais precisa são de políticas públicas claras, mas com essa instabilidade e mudanças constantes, talvez possa se ter perdido um tempo de discussão e continuidade no trabalho que não voltará.

Os secretários que passaram por Sorocaba neste ano não têm culpa do que está acontecendo, mas seria muita hipocrisia dizer que ter 3 gestores na SEMES em um pouco mais de 9 meses não afetariam nenhum planejamento e realização.

O esporte de Sorocaba necessita de muita atenção, dedicação e muito planejamento, pois são diversos os temas que a SEMES precisa gerir e também discutir sobre, como: Campeonatos Municipais, Fundo de Apoio ao Desporto Amador de Sorocaba (FADAS), Centros Esportivos, Domingos de Lazer, apoio à atletas profissionais, participação em Jogos Regionais e Jogos Abertos, Bolsa Atleta Municipal, funcionamento do Conselho Municipal do Esporte, desenvolvimento de Parcerias Público-Privada (PPP), manutenção de próprios esportivos, criação da Agencia de Desenvolvimento do Esporte, construção da Praça da Juventude, construção de uma nova entrada no CIC através da Rua João dos Santos (no muro atrás da ferradura) e muitos outros.

Então, se você acredita no esporte de Sorocaba, apesar de estarmos perto das votações finais da LOA 2018 e da PPA 2018-2021, ainda há tempo de “brigarmos” pelos próximos anos.

Neste caso, o melhor caminho é procurar os nossos representantes do Poder Legislativo e cobrá-los por emendas nos projetos, logo, cobre o seu vereador!

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