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Artistas de Sorocaba se reúnem em ato de resistência

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Chega o final de ano e em vez de olharmos para trás e celebrarmos tudo de bom que aconteceu culturalmente em Sorocaba, temos que olhar para frente e agirmos no presente para que toda essa história linda que vem sendo construída por aqui não desmorone nas mãos daqueles que pararam no tempo. Dessa maneira, convidamos todos a participarem do cortejo que acontece nesta sexta-feira, dia 16/12, para o ato político contra o corte do programa “Oficinas Culturais em Sorocaba”.

A classe artística tem se mostrado muito unida nesses últimos anos. Se você acompanha bem a programação de toda a cena que acontece por aqui, sabe muito bem que a movimentação vem através de um companheirismo muito grande. Quando organizamos um evento, fazemos isso por paixão, até porque ganhar dinheiro é muito difícil. São equipamentos emprestados, caronas realizadas, cachês pagos com valores simbólicos e o pouco de incentivo que recebemos pelo Estado são cortados diariamente.

A arte não é entretenimento, ela é uma ferramenta para transmitir aquilo que no cotidiano é impossível de se expressar e para manter certas culturas vivas, principalmente a indígena e a afro-brasileira, mas também não podemos esquecer as ciganas, orientais, entre outras que não são visíveis. Se você não enxerga dessa forma, é porque eles lá de cima estão fazendo o seu trabalho direitinho e tiraram todo o seu senso crítico.

Isso já não é novidade, quando nos unimos para movimentar algo, chegam “eles” e cortam. Já aconteceu ano passado com a ocupação da Estação Laranjada. Tentaram acabar com o Plano Municipal de Cultura, mas esse tinha tanta gente envolvida que se tirassem seria um tiro na cabeça e não no pé. Vira e mexe querem acabar com o financiamento do edital da Lei de Incentivo à Cultura (Linc). Cancelaram a semana do Hip-Hop deste ano. E agora chega à notícia da desativação da Oficina Grande Otelo, que ao lado de outras dez oficinas culturais no interior do Estado de São Paulo terão suas atividades encerradas. Para fortalecer este ato, as oficinas se unirão entre os dias 16 e 17 de dezembro para que essa voz seja mais forte.

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Além dos cursos, oficinas e workshops, a Oficina Cultural Grande Otelo já foi palco de inúmeras apresentações de circo, teatro, música, dança e demais artes

Esse ato será só mais um para mostrar que temos pessoas do bem e de talento aqui na cidade, que lutam e se esforçam para que o pouco que temos seja propagado. São resistências como essas que farão com que a Feira Beco do Inferno ganhe notoriedade e valorize os artesões da cidade, que o Febre continue sendo um grande incentivador da produção musical e até mesmo a Feira de Orgânicos que acontece no Parque Chico Mendes, que engrandece a agricultura familiar, continuem acontecendo, entre outros projetos que já existem e ainda vão surgir para criação de uma sociedade mais justa. Não se trata de uma ideologia e sim dos nossos direitos básicos, assim como a saúde, educação, etc.

Se você se solidarizou, compareça sexta-feira, às 15h, em frente à Oficina Grande Otelo, para um cortejo em direção à Rua Ramos de Azevedo, atual sede que ainda está em atividade, para um momento de debate e de todas as expressões artísticas que se encontram por aqui. Leve a sua melhor roupa, seu instrumento e participe dessa união.

A partir das 20h, será realizada uma LIVE via Facebook para quem não conseguiu participar presencialmente possa interagir e que fique gravado esse registro nas redes. No sábado, para finalizar o ato, em frente a Oficina Grande Otelo, será realizado shows com as bandas Terceira Casa, Carapiá Aimatrúpedes, uma pequena participação de Gil Venturelli e uma exposição com Vine Ferreira.

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